sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Queria acreditar

Recebi este e-mail de um amigo e achei interessante registrar aqui as certezas geradas em mim, após refletir:

Hoje eu chorei, assistindo um vídeo de uma cura, mas não de alegria pelo resultado, mas de tristeza pelo meu ceticismo, de achar fantástico demais pra ser verdade. Ainda mais depois de ter a experiência de conhecer mais de uma pessoa que foi paga para fingir estar doente e depois ser curada em igrejas conhecidas.

Acho que eu queria acreditar e não ser tão cético.

Vja o vídeo se tiver um tempo: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=6AE_jZ_Rhww#!




Foi assim que respondi ao meu amigo:


"Seu ceticismo me fez pensar.

Já presenciei curas verdadeiras, sem muito estardalhaço, de pessoas conhecidas, através da ação de pessoas sérias. É verdade que não costumo ir a reuniões que prometem milagres como estratégia de marketing...

Já presenciei curas em mim, nos meus filhos, nos meus irmãos próximos, curas efetivas, que duram até hoje. E creio e confesso que elas continuarão acontecendo, cada dia mais.

Já vi, também, pessoas, pelas quais oramos, morrerem sem a cura, levando outras pessoas ao desespero. E nós, ao reconhecimento de que Deus é Deus.

O que o Evangelho do Reino tem me mostrado (e esta reflexão me fez ver claramente) é que
não deveria haver tanto estardalhaço na realização das curas, milagres etc. Sinais que precisem ser transmitidos pela mídia para que sejam vistos, não são tão sinais assim. A ação verdadeiramente libertadora, saradora, transformadora do Evangelho nas vidas deve ser vista por pessoas próximas daquelas que a receberam: pela família, que nem sempre crê, pela multidão, que nem sempre aceita, pelos religiosos, que nem sempre gostam; mas, mesmo descrendo, desgostando ou não aceitando, as pessoas próximas terão que reconhecer que, antes, aquela pessoa era cega e, agora, vê; era paralítica e, agora, anda; era drogadependente e, agora, vive sem as drogas; porque vê o seu andar, antes e depois do milagre. E, assim, ainda que o milagre seja questionado (pois sempre será), não haverá muito incentivo para os mercadores da fé financiarem pseudo-doentes-curados, que não passariam pela prova do viver próximo a alguém que crê ou não crê, mas vê.

Não posso julgar o Dave Roberson, que nem conheço. Nem posso garantir que a estratégia das pessoas que curam assim não deveria ter sido usada por eles. Mas, posso ficar com a minha certeza de que as curas, os milagres, os sinais, os prodígios, as maravilhas, as transformações devem acontecer na vida: de uma pessoa, de uma família, de um grupo reunido como Igreja, de uma cidade, de uma Nação. E será ali, no seu meio, que eles produzirão reações que irão do despertamento da fé até a rejeição; e será a partir dali que, uma vez comprovados pelo tempo que passa e pela perseverança que não passa, ganharão fama, quiçá em outra nações da Terra, porque aqueles que virem, falarão daquilo por onde forem.

Mega transmissões de supostos milagres servem bem ao propósito de alimentar popstars e seus fã-clubes.... Quero ver a fé que recebi curando pessoas às quais pedirei que voltem para suas famílias e vivam sua cura todos os dias. Quero ver pessoas curadas pelo Amor que há entre nós, curando outras pessoas com seus abraços, com suas palavras, com seu toque, seu olhar e estas outras pessoas se sentindo responsáveis pela cura de outras pessoas. E ainda que estas curas aconteçam diante dos olhos da multidão, quero que elas não precisem de holofotes para iluminar e anunciar que o Reino de Deus é chegado..."

Jackeline Sarah
Postado, originalmente, em 28/01/2012

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